Barcarena

 

A primeira referência a Barcarena é feita num documento de 1319, onde este lugar surge como, “Condado de Brequerena”, topónimo de origem pré-romana. Alguns autores consideram que os topónimos “Berquarena”, “Barquerena” e “Bracarena”, também se encontram na origem da palavra Barcarena, correspondendo às palavras árabes Barr Carreina, que significam, Bar (campo ou terra culta), Car (Habitar) e Na (nós).

 

Trata-se de um povoado muito antigo, com origem pré-histórica, à semelhança da vizinha Leceia. No entanto, as primeiras referências a Barcarena surgem apenas no século XII, por alturas do início da nacionalidade, data em que passou da posse de um fidalgo da corte de D. Afonso Henriques para a igreja. Pelo reinado de D. Afonso III, Barcarena vê-se alargada com a área do lugar de Valejas. A população do lugar de Barcarena vivia essencialmente da agricultura que praticava nos terrenos férteis do vale da Ribeira do mesmo nome.

 

Apesar de este estatuto ter tido uma origem religiosa, com o tempo proporcionou uma dinâmica social e económica a toda a região limítrofe. No tempo de D. Manuel I, foram criadas duas fábricas no lugar de Barcarena, uma fábrica de armas, as “Ferrarias del-Rei”, e fábricas de pólvora, algumas delas particulares. Dada a fraca qualidade das construções e as precárias condições de segurança em que operavam, praticamente todas estas fábricas foram sendo destruídas por explosões e incêndios e por fim desativadas (século XVII).

 

A excepção foi a Fábrica Real, que continuou a laborar, desde o século XVII até praticamente aos nossos dias, e que constituiu por muito tempo o maior pólo empregador daquela área. Alguma atividade industrial e a agricultura produtiva, esta desenvolvida nas muitas quintas de recreio associadas ao vale da ribeira, proporcionaram o crescimento socioeconómico da freguesia de Barcarena, sobretudo no século XVIII.

 

Barcarena tem sido, nos últimos anos, alvo de uma atenção especial por parte da Câmara Municipal de Oeiras, através do projeto de recuperação da antiga Fábrica da Pólvora, que consistiu na reabilitação do património arquitetónico e industrial, mas também em diversas medidas de preservação ambiental, de certo modo exemplares a nível nacional e em acções de dinamização cultural.

 

Barcarena passa a sede da freguesia, com o mesmo nome, no século XV. Atualmente é limitada a Norte pelos concelhos de Sintra e Amadora, a Este pela união das freguesia de Carnaxide e Queijas, a Sul pela união das freguesias de de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias e a Oeste pela freguesia de Porto Salvo, os lugares da Fábrica da Pólvora, Leceia, Queluz de Baixo, Quinta da Moura, Tercena e Valejas.

 

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Barcarena Marcas de Uma Vila Operária: Um Percurso de Descoberta | Texto } Maria Alexandra Fernandes

 

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