César Batalha

O Maestro César Batalha nasceu em Oeiras, em 1945 e é o fundador do Coro de Santo Amaro de Oeiras.

 

Aos oito anos, ingressou no Grupo dos Pequenos Cantores de Oeiras, grupo esse integrado na Federation Internationale des Petits Chanteurs de la Croix de Boix. Aí começou a sua formação dentro da música coral polifónica e do canto gregoriano, sob a direcção do Prof. António Freire Garcia. Aos doze anos, representou Portugal no VII Congresso Internacional dos “Petits Chanteurs” em Lourdes. Continuou os seus estudos de Teoria da Música, Solfejo e Piano com a Prof. Clementina Pinto Coelho. Frequentou a classe de órgão do Prof. Sibertin Blanc no Centro de Estudos Gregorianos.

 

Aos quinze anos, foi nomeado organista titular da Igreja Matriz de Oeiras e principiou a dirigir o Coro de Santo Amaro de Oeiras, por ele fundado. Ao mesmo tempo, escrevia as suas primeiras obras polifónicas e estudava Composição, Orquestração e História da Música. Por recomendação do Maestro Manuel Ivo Cruz praticou direcção musical sob a orientação do Prof. Kurt Prestel, do Mozarteum de Salzburgo. Mais tarde dirigiu o Orfeão Académico de Lisboa, o Grupo Coral de A Tabaqueira e o Coral Ultramarino de Lisboa.

 

A sua actividade musical é intensa e diversificada, dirigindo o Coro de Santo Amaro de Oeiras e todos os seus agrupamentos, tendo uma vastíssima obra de composição que abrange diferentes facetas, polifónica e orquestral, litúrgica, infantil, música de cena e enveredando ainda pelos modernos caminhos da tecnologia informática ligados à música, gravando com os seus coros e com orquestras, dirigindo bandas sinfónicas, realizando concertos, actuando na televisão, ensinando no St. Julian’s School e orientando departamentos de música clássica de editoras discográficas. Desde 1976 que dirige também o Coro do Banco de Portugal. Dirigiu pontualmente, em vários espectáculos, as Bandas Sinfónicas da Guarda Nacional Republicana, da Polícia de Segurança Pública e do Exército. Pela sua canção infantil Eu vi um Sapo foi-lhe atribuído o primeiro prémio de composição no Sequim de Ouro em Bolonha, certame internacional organizado a favor da UNICEF.

 

É de sua autoria o Hino de Oeiras, que teve a sua primeira audição na presença de Sua Excelência o Presidente da República, em visita feita a Oeiras em Junho de 1991. Com o Coro de Sto. Amaro de Oeiras foi distinguido com o troféu NOVA GENTE em 1980.

 

A Câmara Municipal de Oeiras atribuiu-lhe a sua Medalha de Mérito Artístico em 1981. Em 1984, recebeu da Casa da Imprensa de Lisboa o Prémio de Popularidade. Foi-lhe atribuída a Medalha de Agradecimento da Cruz Vermelha Portuguesa em 1991. Em 1993, o Rotary Club de Oeiras quis distingui-lo com o Diploma de Excelência Profissional. Foi agraciado com o Prémio Dedicação/Cultura do Jornal A ZONA em 1993. É membro do Conselho Consultivo da Fundação Marquês de Pombal. Em 7 de Junho de 2000, Dia do Concelho de Oeiras, foi homenageado pela Autarquia com a inauguração de um monumento à sua vida e obra, onde figura o seu busto, e se situa no centro pombalino da vila de Oeiras. No Teatro colaborou com o Actor-Encenador Jacinto Ramos, compondo música de  cena para as peças Jorge Dandin e Médico à Força, de Moliére, Os Carnívoros de Miguel Barbosa, Jardim Zoológico de Cristal de Tennessee Williams, Gin Game de Donald Coburn, A Longa Viagem para a Noite de Tennessee Williams, As Memórias de Sara Bernhardt, de John Murrell, Os Ausentes de Luz Franco, Ela Não Sabia Sonhar de Denise Chalem, e para os programas sobre poesia portuguesa dita por Jacinto Ramos,  Fernando Pessoa e seus Actores e  Cantando Espalharei…, difundidos pelas comunidades portuguesas. Escreveu ainda a música para as peças Antes de Começar de Almada Negreiros, encenada por Sinde Filipe, Fígados de Tigre de Gomes de Amorim, com encenação de Carlos Avilez e O Morgado de Fafe em Lisboa de Camilo Castelo Branco, encenada por Ruy de Matos. Grande parte deste trabalho, bem como alguns trechos a incluir na peça de Natália Correia Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente…, foi realizado por César Batalha por encomenda do Teatro Nacional Dona Maria II. Compôs também a música de cena para as peças de Gil Vicente As Ciganas e A Farsa de Inês Pereira, representadas pelo Teatro Experimental de Cascais, com encenação de António Marques e, de novo, A Farsa de Inês Pereira, encenada por João Alvim, para o Teatro da Sociedade de Sintra. O seu trabalho como compositor e maestro foi devida e entusiasticamente apreciado além fronteiras numa digressão efectuada com o Coro de Santo Amaro de Oeiras a França, sob a égide e a convite da Secretaria de Estado da Emigração e Turismo, em Março de 1987.

 

Em Maio de 1988, a convite do Banco de Espanha, deu a conhecer a sua actividade como maestro do Coro do Banco de Portugal e compositor de parte do seu repertório, numa bem sucedida apresentação deste Coro em Madrid. Convidado pelo Ministro da Agricultura, dirigiu o Coro de Santo Amaro de Oeiras em concerto realizado no Palácio de S. Marcos em 1992, no encerramento da I Presidência Portuguesa da Comunidade Europeia. Esteve presente com o mesmo Coro no espectáculo que culminou a Presidência Aberta em 1993, na Cidade de Lisboa. Em Junho de 1993, a convite de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, Dr. Mário Soares, participou com o C.S.A.O. nas cerimónias do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que se realizaram no Palácio de Seteais em Sintra. Em 1997, apresentou em 1ª Audição a sua Missa Solene dedicada à Cerimónia de Imposição de Insígnias aos novos Cavaleiros da Ordem de Malta, realizada na Sé Patriarcal de Lisboa. Em Junho de 1998, com o Coro de Santo Amaro de Oeiras e por vontade de Sua Excelência o Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, integrou as cerimónias do Dia 10 de Junho, que tiveram lugar na Praça Cerimonial, junto ao Pavilhão de Portugal na Expo’98. Apresentou em primeira audição a peça  Astrolábio, composição de sua autoria com um poema de Manuel Alegre.

 

No dia 7 de Junho de 2003, dia do Concelho de Oeiras, a convite do Município e dirigindo o Coro de Santo Amaro de Oeiras, participou nas festividades da inauguração do Parque dos Poetas em Oeiras. Em 2009, dirigindo este mesmo Coro, e a convite de Sua Excelência o Presidente da  Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, participou nas comemorações do XXXV aniversário do 25 de Abril realizadas na Assembleia da República. Em Maio de 2010, integrada num concerto do C.S.A.O. nas comemorações do aniversário da Junta de  Freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, fez-se a inauguração da placa toponímica da Rua do Coro de Santo Amaro de Oeiras, junto ao Parque dos Poetas, em Oeiras. Com este concerto o Maestro César Batalha deu por finda a sua actividade como Director Artístico do Coro de Santo Amaro de Oeiras e de todos os seus agrupamentos.

 

Maestro César Batalha
Património Cultural Imaterial de Oeiras