O Professor Eduardo Lourenço, a partir das suas obras e ensaios, vem partilhar com o público as questões que caracterizam os tempos atuais e as situações de conflito que marcam a atuação em sociedade nos dias de hoje.
Eduardo Lourenço nasceu em 1923 em São Pedro de Rio Seco (Guarda). Professor, filósofo, crítico e ensaísta, é considerado um dos maiores pensadores portugueses. Embora tenha residido em França desde os anos 1960, manteve sempre uma forte ligação a Portugal, refletindo sobre a sociedade portuguesa e a vida política do país. Frequentou o Liceu da Guarda e formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, onde foi professor entre 1947 e 1953, lecionou depois em várias universidades, como a da Baía, no Brasil, e nas Universidades de Hamburgo, Heidelberg, Montpellier, Grenoble e Nice. Fixando residência em Vence, lecionou, até à sua jubilação (1988-1989), na Universidade de Nice. A produção ensaística de Eduardo Lourenço, engloba diversas áreas, da literatura e da arte aos acontecimentos políticos contemporâneos, tornou-se um fenómeno singular na cultura portuguesa. A sua obra tem sido também permeada pela literatura, levando-o a escrever sobre escritores portugueses, como Miguel Torga, Vergílio Ferreira, Agustina Bessa-Luís, Jorge de Sena e José Saramago, entre outros, voltando a temas políticos quando a realidade o motiva a tal, como no caso da integração de Portugal na Europa.
Ao longo de toda a sua vida, recebeu variadíssimas distinções, nacionais e internacionais, como o Prémio PEN Clube, 1983; Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, 1988; Prémio Camões e Prémio D. Dinis, 1996; Prémio Virgílio Ferreira, pela Universidade de Évora, 2000; condecoração francesa da Legião de Honra, 2002; Prémio Extremadura a la Creación, 2006; Prémio Pessoa, em 2011; e mais recentemente, o Prémio Jacinto do Prado Coelho, 2013. Eduardo Lourenço é ainda Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006). Desde 2002 exerce as funções de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. Eduardo Lourenço incentivou inúmeras gerações do Portugal do séc. XX e XXI a questionar e a refletir sobre a identidade do povo português, seus mitos e desilusões, as suas relações com a Europa e a Lusofonia. Intérprete maior das questões da cultura portuguesa e universal, Eduardo Lourenço é tido como um dos mais prestigiados intelectuais europeus.