Conversas na Aldeia Global: A nossa interação com os micróbios, por Miguel Soares

Em janeiro de 2015 teve início o 10º ciclo de Conversas na Aldeia Global moderado por Vasco Trigo. Nestes encontros mensais na Biblioteca Municipal, temos como mote as «Fronteiras da Ciência e do Conhecimento». A Ciência é global e o conhecimento por si gerado pode ser usado para desenvolver novas tecnologias, tratar doenças, lidar com diferentes tipos de problemas ou melhorar as nossas vidas. Qual a contribuição da ciência para a construção do conhecimento e também do futuro humano? Com delimitações nem sempre claras, são identificados diferentes sentidos entre a ciência e não-ciência, e dentro da ciência, entre as várias disciplinas. Quais os seus limites, ainda que necessariamente temporários? É possível conciliar ciência e religião? Como prevenir e controlar a propagação de uma epidemia? A divisão entre arte e ciência faz sentido? Convidados de excelência vão ajudar-nos a colocar mais questões, a refletir sobre estes e outros temas e a responder às perguntas do público.

 

O investigador do Instituto Gulbenkian Ciência (IGC), Miguel Soares, é o primeiro convidado para um debate sobre «A nossa interação com os Micróbios». Vamos refletir sobre a evolução e os avanços da investigação científica na área da saúde. Que novos medicamentos estão a ser inventados? Como se enfrenta uma epidemia? Vamos ser imortais? Medicina tradicional e medicinas alternativas são compatíveis? 

 

Miguel Soares é atualmente coordenador do grupo de Inflamação do IGC e trabalha em projetos que abrem caminho ao desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para controlar as manifestações clínicas de diversas doenças infeciosas. Licenciou-se em Biologia em 1990, na Universidade de Louvain, na Bélgica, onde se manteve até 1994 para completar o mestrado e o doutoramento. Durante estes anos estudou processos de transplantação. Depois, mudou de continente e de tema de investigação. Entre 1995 e 2002 esteve na Escola Médica de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos. Em 2002 vem para o IGC, em Oeiras. Num estudo inovador publicado na edição de Dezembro da prestigiante revista científica Cell, a sua equipa de investigação descobriu que componentes específicos das bactérias residentes no intestino podem despoletar um mecanismo natural de defesa que protege contra a malária. Ao longo dos últimos anos, a comunidade científica tornou-se mais ciente sobre o facto dos seres humanos viverem numa constante relação simbiótica com a vasta comunidade de bactérias e outros micróbios que residem no nosso intestino. Com a presente investigação, o grupo de Investigadores do IGC liderado por Miguel Soares identifica o mecanismo que poderá vir a estar na base de uma vacina contra a malária.

 

Entrevistas ao leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras

 

 

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