OEIRAS E SÃO JULIÃO DA BARRA
Lugar sede de freguesia e do Concelho de Oeiras encontra-se localizado num território de declive suave, na margem direita do Rio Tejo, em frente da Torre de S. Lourenço ou Farol do Bugio.
A mais antiga referência que se conhece a este lugar, como parte integrante do “Regaengo de Hueiras” ou “Regaengo d Ueyras”, data de 1314.
Conhecido até meados do século XVIIIcomo “Aldeia de Hueiras”, “Aldeia d’Eiras” ou “Lugar d’Eyras”, teve até então uma existência pouco relevante. De facto, apesar da presença humana, este lugar não passava de uma simples aldeia de lavradores que se desenvolveu de costas para o Rio Tejo sem grande história.
A grande transformação dá-se em meados do século XVIII quando, a 7 de junho de 1759, por acção directa do Marquês de Pombal, Ministro do Rei D. José I, o lugar de Oeiras é elevado à categoria de Vila. A partir desse momento, Oeiras entra numa nova fase caracterizada por um acelerado crescimento urbano e pela construção de novas estradas, passando a ser conhecida e frequentada pela aristocracia da época e pela própria família real.
Relativamente à actividade económica, assiste-se a uma grande revolução tanto ao nível da agricultura como também da indústria. De facto, a área transformou-se numa das principais fontes abastecedoras da capital, nomeadamente em trigo, cevada, frescos, laranjas, vinho e animais para abate e caça.
O próprio Marquês de Pombal detinha nas suas quintas, para além de casas, construções diversas e jardins, uma vasta área agrícola de elevada produtividade, com exemplos inovadores de aproveitamento dos recursos hídricos, destinados tanto para a agricultura como para o abastecimento das populações, um porto de abrigo para pescadores, e ainda, os mais modernos sistemas de moagem.
A presença do palácio e o legado da exploração das referidas quintas que constituem, hoje, um importante conjunto arquitectónico, paisagístico e ambiental, foram um elemento estruturante e dinamizador do processo de desenvolvimento urbano e económico do lugar.
Relativamente à indústria, são inúmeros os estabelecimentos industriais que se instalam na área. Prova dessa vitalidade está na realização de uma importante feira agrícola e industrial ainda no século XVIII.
A Vila de Oeiras organiza-se à volta do núcleo histórico e, portanto, da sua Igreja Matriz. Sto. Amaro de Oeiras é uma expansão de finais do século passado, de moradias com jardins e amplas vistas para o Rio Tejo.
Tanto a construção do caminho-de-ferro, em finais do século XIX, como da Estrada Marginal nos anos 40 do século XX, constituíram um factor de desenvolvimento, convertendo Oeiras num local privilegiado de recreio e lazer, onde começavam a nascer colectividades e sociedades recreativas, clubes desportivos e até um casino. A partir dos anos 50/60 do século XX, a tendência foi transformar-se gradualmente numa área residencial, também na dependência do caminho-de-ferro.
Mais recentemente ainda, Oeiras continuou a expandir-se, criando simultaneamente novos locais de interesse como a Biblioteca Municipal de Oeiras, onde funciona a Assembleia Municipal, as novas instalações do SMAS, e o “Passeio Marítimo”.
Os contornos da freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, cuja sede se encontra neste lugar, foram em 1993 reajustados, tendo como limites Norte, a Auto-Estrada nº 5 que constitui o limite sul da Freguesia de Porto Salvo, a Oeste o Concelho de Cascais, a Sul o Rio Tejo e a Este a antiga Freguesia de Paço de Arcos.
Nova Oeiras, é um lugar situado no extremo Oeste da antiga Freguesia de Oeiras apresenta como limite Sul a linha de caminho-de-ferro, a Este o lugar de Oeiras e Sto. Amaro, a Norte o limite da Estação Agronómica Nacional, e a Oeste o Concelho de Cascais. É um bairro residencial construído segundo a filosofia “Cidade-Jardim” nos finais da década de 50 e inícios de 60.
Guia Turístico de Oeiras (3ª edição)
Guia Turístico de Oeiras (4ª edição)
Boa Rota Dispensa Pregão
À Luz da Candeia | Texto } Augusto Cordeiro
Um passeio uma rota que dispensa mais palavras, apenas um convite ao visitante a visitar o espírito do séc. XVIII, expresso no texto à luz da candeia e na visita ao Lagar de Azeite.
Vila de Oeiras: Um percurso de descoberta pelo centro histórico | Texto } Filomena Serrão Rocha
PAÇO DE ARCOS
Paço de Arcos é um lugar do Concelho de Oeiras, sede da antiga freguesia com o mesmo nome, que se encontra limitada a Sul pelo Rio Tejo, a Este pela união das freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada/Dafundo, a Norte pelas freguesias de Porto Salvo e Barcarena. A partir de 2013 passou a integrar a união das freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias.
A sua origem não se encontra associado a nenhum facto histórico relevante, ou iniciativa institucional. Tratou-se inicialmente de um aglomerado de casas que se instalaram junto do Palácio dos Arcos, construído em finais do século XV, e que foi crescendo até cerca do porto fluvial aí existente.
A população do lugar de Paço de Arcos vivia então das actividades piscatórias e do transporte fluvial de produtos para Lisboa, nomeadamente dos produtos agrícolas e de pedra. De facto para além da pesca e das actividades agrícolas desenvolvidas nesta região produtora de cereais e vinho, desde o século XVI que surge a actividade industrial associada à exploração de pedreiras, fornos de cozer cal e mais tarde, já no século XIX, fábrica de fundição de ferro.
No século XVII, é edificada a capela do Senhor Jesus dos Navegantes, local muito frequentado por forasteiros, principalmente durante a época balnear, altura em que se desenrolavam as festas em honra do padroeiro.
É nesta época, que surgem as quintas de recreio principalmente na zona ribeirinha e as praias começam a ser procuradas pela sua beleza natural e qualidade ambiental, como lugares de lazer para a população de Lisboa.
O Decreto nº 12713, de 9 de dezembro de 1926, cria entretanto a freguesia de Paço de Arcos e eleva a povoação a Vila.
Nos anos 70 do século passado, e dada a sua excelente localização ribeirinha e acessibilidade a Lisboa, Paço de Arcos mudou o perfil do território, tornando-se francamente urbana. As mais recentes intervenções urbanísticas consistiram na implementação do Plano da Interface de Paço de Arcos, PIPA, que inclui a nova estação de caminho-de-ferro de Paço de Arcos com acesso à estação do SATUO, estação términus da actual linha deste sistema de transporte.
A Câmara Municipal, entretanto executou um Plano de Pormenor para o Núcleo Histórico de Paço de Arcos, no sentido de reabilitação do património construído e da dinamização das funcionalidades urbanas, por exemplo a restauração localizada principalmente na Rua Costa Pinto.
Também o litoral tem sido alvo de transformações e melhorias, destacando-se a construção do Jato de Água do Mar, na Praia Velha de Paço de Arcos, a recuperação e conservação do molhe do Marquês, mandado construir pelo Marquês de Pombal no século XVIII para apoio das embarcações de socorro ao tráfego da barra do Tejo, a recuperação da Praia dos Pescadores e as obras de prolongamento do “Passeio Marítimo”.
No ano de 2001, resultante da criação da nova freguesia de Caxias, a freguesia de Paço de Arcos ficou reduzida, em cerca de metade do seu território.
Em Paço de Arcos encontra-se um dos parques empresariais de prestígio do Concelho de Oeiras, a Quinta da Fonte, que em conjunto com a Zona Industrial e Empresarial de Paço de Arcos constitui uma importante centralidade da Freguesia e do Concelho de Oeiras.
É no litoral que se localizam algumas entidades que fizeram e continuam a fazer a história de Paço de Arcos e do Concelho: Campus da Escola Náutica Infante D. Henrique que inclui as instalações do Instituto de Tecnologias Náuticas; Centro Militar de Electrónica; a Estação Salva-Vidas do Instituto de Socorros a Náufragos; Torre de Controlo do Tráfego Marítimo do Continente e Direção de Faróis.
CAXIAS
Localiza-se junto ao Rio Tejo e na extremidade do vale da Ribeira de Barcarena. À semelhança de outros lugares, como Oeiras e Paço de Arcos, pertencia ao antigo Reguengo de Oeiras, que se estendia desde o Rio Jamor até à Ribeira da Laje.
A origem do topónimo Caxias, provavelmente do latim Quassina, encontra-se associada à expressão “rochedo, quebra-mar”. A existência da Quinta e Paço Real de Caxias, onde acorriam frequentemente os reis e príncipes e toda a sua corte pessoal, constituiu o motivo pelo qual Caxias foi procurada, até finais do século passado, como lugar de veraneio da aristocracia de Lisboa.
De simples e recatado lugar de veraneio para a elite de então, Caxias tem vindo a crescer como lugar, tendo-se constituído como espaço essencialmente residencial onde dominam os edifícios de habitação unifamiliares, ou seja, moradias, algumas de apreciáveis dimensões, com grandes jardins, localizadas sobre a encosta voltada para o Rio Tejo.
O crescimento populacional aliado à dinâmica socioeconómica própria, resultou na promoção do lugar de Caxias, no ano de 2002, a sede de freguesia com o mesmo nome, tendo-lhe sido atribuído cerca de metade do território da anterior Freguesia de Paço de Arcos, e no qual se incluem os lugares de Laveiras e Murganhal.
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