Palácio Marquês de Pombal

Quinta de recreio da família Pombal, formada através da incorporação de vários casais e quintas, instala-se junto à Ribeira da Lage, ocupando uma área de terrenos férteis. No seu traçado inicial, esta quinta obedecia a um conceito de geometrismo rigoroso, articulando as componentes recreativa (jardins e mata) e lucrativa (a propriedade rural). Ergue-se numa situação estratégica em relação ao casario do núcleo antigo de Oeiras.

 

A entrada principal do palácio é feita por um amplo terreiro onde se situa o edifício da Câmara Municipal, o Pelourinho e um grande chafariz. A sua construção situa-se na segunda metade do século XVIII e é um projecto de Carlos Mardel, arquitecto húngaro que teve um papel privilegiado na reconstrução pombalina de Lisboa. O interior do palácio apresenta um dos melhores conjuntos decorativos do período pombalino, em especial de estuques e azulejos, apesar de já nada possuir do recheio original, leiloado pela família Pombal em 1939 e, desde então, disperso. Só o célebre retrato do Marquês, pintado em França por Joseph Vernet e Van Loo, se encontra hoje na Câmara Municipal de Oeiras.

 

Salientam-se o Salão Nobre, as Salas de Diana, da Música, da Concórdia, com a célebre pintura de Joana do Salitre, das Industrias e dos Ofícios, áreas onde predominam os estuques rococó, onde alternam os painéis figurativos e as finas composições ornamentais da oficina do escultor milanês João Grossi, um dos grandes escultores da época pombalina.

 

Na capela terminada no ano de 1762, destacam-se as telas dos três altares, pintadas por André Gonçalves, os notáveis estuques escultóricos e, especialmente, a estrutura perspectivada da abóbada de azulejos figurativos. Nas costas do palácio desenvolvem-se espaços, decorados com estátuas e bustos de mármore, muretes e escadarias revestidas de azulejos.

 

Nos jardins, atravessados pela ribeira da Lage, merecem destaque a Cascata dos Poetas com excelentes bustos de autoria de Machado Castro, o conjunto do edifício dos lagares, e a adega.

 

Os jardins deste palácio são representativos da arte do paisagismo em Portugal, apresentando uma concepção do século XVIII europeu, mas mantendo-se no entanto, e apesar de tudo, fiel a uma tradição portuguesa que produz a partir do século XVI as Quintas de Regalo.

 

As propriedades que o Marquês de Pombal possuía em Oeiras englobavam oito olivais, cuja colheita era transformada no Lagar de Azeite. Em demasiada quantidade para ser exclusivamente destinado ao consumo próprio, seria provavelmente vendido em Lisboa ou até exportado. O lagar foi completamente abandonado e funcionou alguns anos como sala de arrumações. A sua recuperação que decorreu entre 1989/90 consistiu em compor elementos que se encontravam semi-destruídos. Na época foram recuperados alguns elementos arquitectónicos assim como instrumentos destinados à produção de azeite.

 

A presença de Sebastião José de Carvalho e Melo, 1º Marquês de Pombal, em Oeiras.
Diretor: Jorge Pinho
Vencedor do Festival Internacional de Audiovisual de Cultura e Turismo – categoria de documentários

 
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